É somente quando existe o incompleto que entendemos a complexa articulação dos elementos que regem os nossos cotidianos?
Existem situações em que as ausências se fazem sentidas e necessárias para redimensionar o papel de cada elemento na composição do padrão de vida média da sociedade contemporânea. São estes simples componentes – usualmente encarados com displicência – que nos tornam desnorteados frente às ações mais elementares do dia-a-dia, a partir do momento em que não alcançam sua funcionalidade completa.
Cabe ao observador atento o julgamento da importância dos aspectos ausentes sobre os aspectos presentes nas imagens retratadas, compreendendo que o problema aqui posto é menos o da identificação da inutilidade de determinados objetos quando se fazem ausentes seus elementos caracteristícos, mas sim o do reconhecimento da concreta incompletude própria das relações estabelecidas pelo ser humano em seu modo de vida.
Antonio Pita
Luciano Caldas
2005.2