A infância não é só este momento perfeito idealizado pelos adultos. Uma fase feliz e sem compromissos “que os anos não trazem mais”. Criança também erra, aprende, tropeça e recomeça. Tem seus deveres a cumprir. Percebe as injustiças e incoerências da vida. Medita e se entristece. Sente ira e inveja. Simpatiza ou tem antipatia, como qualquer um de nós.
Sua grandeza reside na facilidade de perdoar, esquecer e fazer as pazes muito mais rápido do que as pessoas “maduras”. E também na forma despojada de encarar o mundo, como se a vida não fosse assim tão complicada como pensamos.
Estimuladas por esse diferente ponto de vista do mundo infantil, Lilian e Camila, alunas da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, realizamos um ensaio fotográfico sobre o tema. Além do aprendizado da técnica e da estética fotográfica, percebemos a importância da relação do fotógrafo com o fotografado.
A disposição dos “modelos” de colaborar, ou não, influi diretamente no resultado final do trabalho. O modo como as crianças aceitam a idéia de serem fotografadas por uma pessoa estranha está explícito nas imagens. Algumas demonstram estranheza, susto, acanhamento ou felicidade. Outras, depois de acostumadas com a idéia, expõem-se sem medo.
Camila Soares
Lilian Galvão
2005.2