Se um mais um é de fato mais que dois, que dizer, então, quando três parcelas se somam numa adição louca e tentadora?
Rompendo um certo condicionamento do olhar para pares/duplas/casais, o que se verá neste ensaio é a celebração do três. Porque dois nem sempre é suficiente. Por alguma razão, além de um e um outro, um mais alguém vem a calhar. Como num yin-yang de três partes, para além do preto e do branco, há um terceiro tom.
Três: esse misterioso número de que é feita a figura perfeita, o triângulo. O três é perfeito e santo: são três na Santíssima Trindade. Mas também podem ser três nos atos profanos. Três pés que se enroscam debaixo de uma mesa. Três bocas que se beijam mutuamente. Três escovas de dente numa mesma pia de banheiro. Três corpos pelas ruas, sob os lençóis, sobre móveis. Três canudos num mesmo refresco. Três espíritos que se encontram para a completude de “ambos os três” ou para o simples desfrutar de um desejo. Bem, para este ensaio você é nosso voyeur convidado. Se não resistir à tentação do três, algumas recomendações se fazem necessárias:
Podem ser levados “brinquedos” desde que não limitem a liberdade de decisões e tampouco machuquem qualquer dos participantes sem seu consentimento.
Só participam pessoas que estão dispostas de livre e espontânea vontade.
Nenhum dos participantes do grupo pode ter um relacionamento mais sério.
Nada pode ser registrado dentro no local, a menos que seja consenso entre todos.
Não se fala sobre o assunto com pessoas que não participaram, a não ser exclusivamente para captação de participantes.
Aquele que danificar qualquer item do local será o responsável pelo prejuízo. Cada um é responsável pelo seu bem-estar e dos demais.
A conta do local é dividida em partes iguais, a menos que haja outro acordo.
Antes da ida para o local de “diversão”, todos devem estar cientes e de acordo com as regras estipuladas.
Pode ocorrer uma reunião prévia em local público para entorpecimento somente após concordância com as regras.
No local, deve ocorrer um banho de limpeza e entrosamento entre todos os participantes juntos. No banho ou após, se define a seqüência de quem irá receber prazer dos demais, de forma consensual.
Aquele que estiver na sua vez de receber prazer deve optar como quer e os demais irão satisfazê-lo/la.
Após, segue a seqüência de participantes na ordem definida até que todos ofereçam prazer ao participante que irá receber por vez, fechando o ciclo.
Depois disso a diversão é livre!
Carlos Eduardo Oliveira da Silva
Tarcízio Roberto Silva
2005.2