Sob os desígnios do anjo torto, escreveu mais que um grande poeta, escreveu um grande homem. Através da poesia, estendeu o seu horizonte, antes restrito a questões egocêntricas, e evoluiu como ser humano. E o mais fascinante é perceber essa evolução nos seus textos e admirar o quão bela é a forma como transforma sentimentos em palavras.
Carlos Drummond de Andrade é certamente um ícone da poesia brasileira. Alegando sua falta de jeito para “versejar conservadoramente” e incapacidade de estudar, “por preguiça ou qualquer outro motivo obscuro”, os compêndios da metrificação, o poeta optou por enveredar-se pela vertente do modernismo. Porém, ainda sem a métrica, sem a rima, Drummond conseguiu escrever os mais belos e profundos versos.
Mais que uma interpretação dos poemas, este ensaio busca passar, através da imagem, a simplicidade e beleza contidas nos textos de um poeta que não apenas escreveu sobre, mas acima de tudo, sentiu o mundo à sua volta.
Glauber Farias
Camila Moreira
2006.2