Sujeira, graxa, óleo, ferro retorcido, engrenagens, ferramentas, latas velhas, homens suados de macacão, calendário de mulheres em poses provocantes na parede. O conceito de uma oficina mecânica é construído dessa maneira no imaginário coletivo. Mas será que há algo a mais nesse local onde se consertam carros?
Nosso ensaio revela a atmosfera de uma oficina, capturando o paradoxo de um local onde se operam grandes renovações, onde o que está “morto” recupera a “vida”, onde fim está próximo do começo. Um espaço quase sinistro, geralmente escuro ou mal-iluminado, fechado e sujo.
Oficinas mecânicas possuem características tão específicas que têm até mesmo uma linguagem própria. Oficinas são como microcosmos, universos à parte, com a sua infinidade de fluidos e óleos lubrificantes, cada qual com seu uso. Essa particularidade foi desvendada por nossas lentes, com um detalhe (ir)relevante: tudo isso através da visão de duas mulheres.
Danielle Villela
Mirela Portugal
2006.2