A Rua dos Cataventos (primeiro livro publicado por Mário Quintana) é, mais do que uma rua, uma busca própria, pessoal. É um mergulho nas ruas da infância em busca do passado, em todas as suas sutilezas. São a brincadeira infantil, os relacionamentos, as perdas, as mudanças e os caminhos – uma viagem nostálgica pela rua psicológica, protetora e afetiva.

O ensaio reflete o abismo dentro de nós mesmos; mais do que um abismo, um mar sem fim – eterno e repleto de elementos próprios. É um “fazer poesia” doloroso e demorado, processo de reinvenção do eu-lírico que culmina com a marginalização, com o isolamento. Aqui, à margem, o olhar observador de um poeta-detetive reinterpreta o seu redor e penetra em si atrás de lembranças que ainda sobrevivem na sua memória.

É a imersão no passado e na infância, como em nossas próprias mentes – de forma a representarmos o papel de expectadores de nós mesmos. Um movimento que nos põe frente a frente com as transformações da vida, do indivíduo e de seu redor.

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Danielle Antão

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Tiago Canário

2007.1