O tempo não comprou passagem de volta. Seja no interminável tic-tac dos relógios ou no derramar da areia na ampulheta; o homem continuamente se dá conta da impossibilidade de congelar as horas. Incapaz de contê-las, cada indivíduo precisa descobrir o incalculável valor do “hoje” e do “agora” para amenizar sua condição de eterna presa dos segundos.
A angústia pelo tempo que não volta; o arrependimento por não ter aproveitado devidamente determinada oportunidade; o medo de perder o prazo de uma dada entrega; a felicidade de um reencontro após uma longa espera. E nada melhor do que retratar o passar das horas através de uma das mais eficazes armas que o ser humano dispõe contra a impermanência das coisas: a própria fotografia.
Fernando Duarte
Sylvio Quadros
2007.1