O que está por trás das curvas de um veículo? Os fabricantes têm plena consciência de que a aparência é decisiva no momento dos consumidores consagrarem um modelo. Minucioso e perfeccionista, o mundo do design automotivo é alicerçado por milhões de dólares, com designers que se esmeram na lapidação daquele fator diferencial que converterá ou não um modelo em sucesso de vendas. O homem pensa nos carros à sua imagem e semelhança, com dois “olhos” compondo uma face simétrica, que pode ser mais ou menos arrojada, insinuante, esportiva ou sisuda.
O comprador de um carro quer em seu novo patrimônio um conjunto de traços de sua personalidade. O jovem, em geral com visão de mundo mais vanguardista, costuma preferir os hatches esportivos. O homem mais amadurecido, já com família constituída e necessidade de espaço interno, tende a optar por station wagons ou minivans. As grandes empresas ou repartições públicas compram sedans de luxo, para conferir status a seu alto escalão. Já as mulheres acabam deixando-se seduzir por cores mais vivas, e também por carros com estilo peculiar. Os alternativos, mesmo com hábitos urbanos, têm cada vez mais preferido os atraentes e vigorosos jipes, também denominados S.U.V.’s (Sport Utility Vehicles) Com estilo diferenciado e altura destacada, trazendo consigo a conotação de que o dono gosta de aventuras em terrenos enlameados e acidentados. Há ainda uma categoria de automóveis distinta: os superesportivos, com plataforma similar à de veículos de competição, mas com estilo e curvas arrebatadores. Só milionários podem adquiri-los, mas a simples existência deles confere um ar sedutor etéreo ao mundo automotivo.
Desejo. Sedução. Pressa. Aventura. Agressividade. Força. Competição. Serenidade. Trabalho. Dinamicidade. Liberdade. Os carros são capazes de entregar todos estes díspares sentimentos, posturas ou atividades, ao servirem de roupagem para seus usuários – e apreciadores.
Tiago Lemos
Ticiano Dominguez
2008.1