Amor. É isso que nos faz nos relacionarmos com pessoas com as quais não possuímos nenhum vinculo familiar de uma maneira tão intima? O que nos leva abrirmos mãos da nossa vida particular afim de dividi-la com alguém? Amor? Até que ponto vale a pena fazer concessões das nossas vontades em nome de um outro? Bem, de fato quase nunca pensa-se sobre isso porque passa tão despercebido que atribuímos a um comportamento natural do ser humano. Amar, namorar, noivar e casar.
O namoro pode ser visto como uma relação que permite avaliar a adequação do outro como parceiro a fim de, com ele, vir a constituir uma união indissolúvel de corpo e alma. Portanto um namoro não se limita a ser uma possibilidade de fruição de prazeres, mas é um empreendimento espiritualmente importante que permitirá, ou não, dar origem a um sacramento instituído por Deus, o matrimônio.
Segundo alguns psicanalistas quando você se apaixona você não se relaciona com alguém de carne e osso, mas com uma projeção criada por você mesmo. A projeção que fazemos é de um ser absolutamente perfeito, mas depois de um período a projeção acaba e você passa a enxergar de verdade a pessoa com quem está se relacionando. Invariavelmente, algumas virtudes do parceiro e da parceira vão embora junto com a projeção, outras ficam. E se o que ficou de cada um for suficiente para os dois a relação perdura, caso contrario o casal se separa, mas leva consigo as experiências que serviram na construção de uma nova relação.
Namorar é aceitar, conviver, dividir, confiar. O ser humano vive uma intensa busca pela sua cara metade, uma busca eterna para encontrar alguém para amar, aquele que possa devolver a si seu estado supremo de androgenia onde possam se torna de novo somente um, um ser mais forte, poderoso, indestrutível. Viver o “felizes para sempre”.
Aline Fontes
Francis Cardoso
2008.1