O ato de vestir-se sempre esteve atrelado à tempos históricos, na idade média por exemplo, a maioria dos uniformes cobriam os corpos de tal maneira a parecer a batina de um padre. As roupas das mulheres sempre foram diferenciadas das dos homens, as saias eram uns desses principais elementos. A simples tarefa de enfeitar o corpo com uma roupa que demarca uma adequação aos padrões pré-estabelecidos requer um olhar sempre critico sobre a sociedade, sobretudo no processo produtivo capitalista.
Em alguns ambientes de trabalho, o fardamento unifica o homem e a mulher num só ser, embora algumas características intrínsecas da mulher criem certo fetiche sobre elas. O batom, as pulseiras, brincos e outros adereços marcam bem isso. Entretanto, estar fardada significa comparecer a mais um dia de trabalho, utilizar da competência e ir à luta e renovar esse contrato todos os dias. Satisfação, realização, podem até ser elementos dessa vivência profissional, mas se torna atenuante no momento em que sempre o que vai prevalecer é a força do trabalho, e o artefato relevante desse “fardo” é o próprio fardamento.
Juscimar Coutinho
Suely Alves
2008.1