Desde que o samba é samba é assim: composições que tratam de relacionamentos agridoces e efêmeros. Diversos sambistas tematizam essas paixões tão fugazes como as iniciadas nos festejos de carnaval. Afinal, “quarta-feira sempre desce o pano” e o desencontro das rotinas toma lugar, pondo fim à fantasia.
O vento que carrega as cinzas traz consigo a tristeza – parte essencial da história do samba. Músicos como Chico Buarque, Cartola e Batatinha já compuseram sobre o sofrer dos amores perdidos e relacionamentos abortados. A dor, materializada em versos e melodias, provoca uma identificação maior entre obra e ouvinte. Diria o sambista: “Se o caso é chorar, te faço chorar.”
Frederico Soares
Nelson Oliveira
2008.2