De perto ninguém é normal. Ou é? Sempre que vemos uma pessoa, a vestimos em um estereótipo, através da forma como a pessoa se arruma, se porta, fala, etc.
Esquecemos, no entanto, que o que caracteriza nossa humanidade é o fato de que em sua intimidade todos compartilhamos das mesmas atividades, tais como pequenos gestos banais, porém necessários e essenciais ao indivíduo moderno: alimentar-se, descansar-se, conversar, falar ao telefone, além de experienciar os mesmo sentimentos. Reservadamente, todos vivem as mesmas situações, não importa a idade, gênero, opção sexual, religião, visão política e, logo, os rótulos já não mais importam.
Questionar a visão pré-concebida que temos, cotidianamente, das pessoas, despindo-a dos estereótipos e vestindo-a em suas ações e sentimentos é a proposta do nosso ensaio. Acreditamos que ao fazer isso estaremos lembrando às pessoas que todos somos, no fundo, iguais. Mesmo que nem sempre nos lembremos. Assim, se lança a pergunta: ‘De perto, todo mundo é normal. Ou não?’.
Marília Duarte
Raul Albuquerque
2008.2