Cecília Meireles nunca se afastou de seu universo infantil, de sua infância e das sensações que permeiam a vida de criança. Sonhos, sabores, cheiros, gestos, enfim aquele modo diferente de percepção típica das crianças Cecília Meireles levou consigo para a idade adulta. O subjetivismo, o onírico e todo o lirismo que ela guardou deixaram sobreviver na autora a criança que fora um dia. A Cecília criança esteve presente durante a vida da autora traçando o rumo de sua obra e fazendo com que seus leitores revivessem seu próprio universo infantil já esquecido.

Uma Cecília que caça o tesouro mais precioso de cada um de nós, nossos meninos e meninas guardados nos baús das lembranças. Reviver sensações e formas de perceber o mundo despojadas de seriedade e cheias de lirismo, mostrar esses momentos através de coisas e objetos típicos da infância como as cores e decifra-los através de versos de sua poesia sem pretensão ao objetivismo e sim à subjetividade mais doce que se possa existir.

Sara Simas

Sara Simas