Cartomante, ao pé da letra, é a pessoa que usa cartas (baralho ou tarô) para fazer adivinhações sobre o passado, presente ou futuro, orientando as pessoas em suas decisões. Para historiadores, as cartas, tal como as conhecemos, provavelmente são originárias da Índia, no século VII d.C e trazidas ao ocidente pelos árabes. Durante a segunda metade do século VIII, o francês Jean François Alliette, professor de matemática, foi o primeiro a escrever um manual de uso de cartas para fins divinatórios e a usar a cartomancia como profissão, estabelecendo a correspondência entre o tarô e a magia.
A cartomancia como profissão trás consigo preconceitos que estigmatizam os seus profissionais, mesmo na Bahia, um estado marcado pelo sincretismo religioso e por tanta pluralidade cultural. A cartomante é um arquétipo que, envolto em mistério, habita nosso imaginário desde a infância e é constantemente representado como “uma mulher e sua bola de cristal”.
Este ensaio documental vem, nesse sentido, apresentar não só a profissional cartomante, mas também toda a singularidade do ser humano que existe nesta mulher.