O livro é um objeto que força o leitor a recolher-se, especialmente quando fascinado pela leitura. Por esse motivo, o autor argentino Júlio Cortázar escreveu um conto com o título “A Continuidade dos Parques”, em que mostra essa relação de leitura crescendo com o interesse e construindo um ato solitário.
A existência de algo apaixonante na percepção sensorial desse objeto é o que o mantém “vivo” em face dos textos eletrônicos. Ele se apresenta como mais um elemento significativo da continuidade de busca do leitor, em meio a uma sociedade dinâmica, movimentada, no reconhecimento de sua própria solidão.
Em uma poesia de Carlos Drummond de Andrade, intitulada “Infância”, a relação com o livro o coloca em uma condição de distanciamento, ao tempo em que o permite reconhecer a solidão compartilhada entre os membros de sua família.