A luz do teatro se apaga, soa o terceiro toque, abre-se a cortina. A luz da vida se acende, ouve-se o choro anunciador, seu pai lhe abraça. No cruzamento entre a arte e a realidade a relação entre pais e filhos muitas vezes é regida pelo empunhar da espada, pelo o derramamento de lágrimas e pelos extremos das emoções.
Em Shakespeare, Hamlet, o jovem príncipe da Dinamarca, descobre pelo fantasma de seu pai que este foi assassinado por seu tio. Vingá-lo passa a ocupar seu coração. Já o rei da Bretanha, Lear, tinha três filhas. Sua preferida, Cordélia era, de todas, a que verdadeiramente o amava. Porém, ele só veio perceber isso em seu leito de morte. Mesmo assim, recebeu dela o seu perdão.
“Explica a grande fúria do mundo” indaga o poeta ao dramaturgo nesse encontro de obras e sentimentos. Com suas histórias, o dramaturgo nos responde que “há mais mistérios do que julga nossa vã filosofia”.