A Fé move montanhas, cura feridas, alimenta a alma. Todos, em algum momento, queremos ter um pouco mais de Fé. Seja a fé na vida, em Deus ou nos búzios de Ifá, o ser humano busca cotidianamente a sua dose de crença.

Dentro dos estreitos e sombrios becos da Feira de São Joaquim a fé é vendida, através da comercialização dos objetos de cultos. Yemanjás, Pretos Velhos, Oxalás, Nossa Senhora são embalados, precificados e colocados à exposição como produtos.

A embalagem sufoca, aprisiona e oprime as imagens que, para esse povo, significa algo maior, um axé, um mistério que traz esperança, conforto, desejos e muitas obrigações. Obrigação de contemplar, de idolatrar e respeitar, embaladas ou não, essa força maior.

Quanto vale a Fé? Há preço que se pague por um milagre alcançado? No meio da feira, Jesus pode facilmente ser comprado por R$40, um presente para Yemanjá R$15 e assim o mercado vai ganhando sua forma, trazendo para junto dos homens o valor do sagrado.

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Bruno Brasil

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Paulo Eduardo