Salvador, metrópole com mais de três milhões de habitantes, a quinta mais populosa do Brasil, todos os dias pessoas comuns acordam de manhã para mais um dia de trabalho e saem em direção aos pontos de ônibus espalhados pela cidade. São rostos desconhecidos, seres diferentes e ao mesmo tempo iguais, no que concerne a luta pela sobrevivência diária. Propõe-se, através deste trabalho, um olhar sobre o outro, com “lentes de aumento” a fim de registrar momentos da trajetória destes personagens urbanos.
O menino que vende doce para ajudar os pais e que muitos julgam como exploração, ninguém se pergunta o motivo dele estar ali. Seria melhor para ele aprender a ser um cidadão honrado ou estar largado na rua a mercê das drogas? Faz parte do questionamento deste outro olhar, recolhido, seja pela preocupação com o atraso do ônibus ou com o tempo que parece sempre escasso.
A rua é um lugar de passagem e de movimento, o ponto de ônibus é o local de espera e por que não de pausa, de observação e de reflexão? Cada indivíduo com as suas particularidades compõem a dinâmica da vida urbana, anônimos que têm sua própria biografia, desconhecida. De toda maneira todos são passageiros e todos têm de passar pela catraca.