Em que se consiste uma coincidência? Semioticamente falando, ícones e símbolos podem nos ajudar a reconhecer cenas – e para reconhecê-las e/ou identificá-las não é necessária a sua fiel reprodução, mas a presença de elementos chaves que nos remetam, automaticamente, a algo.
Diversas conotações podem passar despercebidas em imagens já conhecidas, mas não é tão necessário mudar a paisagem quando se pode ter um novo olhar sobre o que já foi visto. Não buscamos novas paisagens, definitivamente – buscamos novos ângulos e leituras do que pode ser previamente óbvio.
Na releitura do filme “Disque ‘M’ para Matar”, observamos a cena clássica ambientada na contemporaneidade, dispondo de e referindo-se às tecnologias avançadas. Já na cena dos Beatles, é possível brincar com uma Abbey Road um tanto quanto veloz – que ninguém imaginaria ser, um dia, palco de um atropelamento.
Cenas do cinema e fotografias poderiam ser facilmente reproduzidas em nosso cotidiano, nos levando a um antigo questionamento: afinal de contas, quem imita quem? A arte imita a vida ou vice-versa?