O ensaio aborda o conflito e o diálogo entre tempos e suas marcas que coexistem no espaço urbano. O tempo natural, tempo cultural – urbano, tempo sagrado, e os tempos muito particulares, possíveis através de um certo isolamento, vivido na meditação por exemplo. Como os tempos se revelam através de faces diferentes no espaço urbano, as marcas dos tempos estão em todos os lugares, é preciso apenas ter a sensibilidade para vê-las.
O grande conflito pós-moderno é a convivência em meio a tantos tempos, tantos ritmos, tantas demandas. O grande desafio é repensar o que fazemos do nosso tempo, da nossa duração. As faces do tempo se tornam visíveis nos contrastes de velocidade, nas expressões de cansaço, no desgaste dos objetos, no envelhecimento, no movimento do sol, das sombras, na cultura, no sagrado, no amor.
No cenário urbano onde toda pressa é banal, todo cansaço é rejeitado, toda poesia passa despercebida, buscamos captar as marcas do tempo, misturando real e imaginário, imagens que traduzam a nossa proposta de tornar os olhos sensíveis ao tempo e propor a constante reflexão sobre o seu uso.