O acarajé, quitute que de tão saboroso conseguiu vencer o tempo. Hoje um alimento tão cotidiano na vida dos baianos e tão interessantemente delicioso aos olhos dos curiosos. A quituteira, ou como é conhecida Baiana de Acarajé, dotada da proeza de preparar o bolinho mais famoso da culinária da Bahia, tem um papel simbólico na sociedade, sua função vai de cozinheira a Hostess de Salvador, recebendo turistas no aeroporto com a tradicional fitinha do Senhor do Bonfim até parado seu trabalho no tabuleiro para ser fotografada com o cliente que não ficou satisfeito apenas com o acarajé.
Da mais baiana das profissões, a Baiana de Acarajé é também a profissão que mais envolve a família, desde o preparo dos bolinhos de feijão fritos em fervente azeite de dendê até a sua comercialização, a velha baiana que levou quando jovem, seus filhos que não tinham com quem ficar em casa para a lida diária no tabuleiro, o menino logo começou a ajudar a bater a massa, a menina queria enfeitar-se com suas anáguas e contas coloridas simbolizando seus orixás.
Se a Baiana de Acarajé é a mais baiana das profissões o Pelourinho é o mais baiano dos lugares, e foi lá que encontramos as Baianas Bela, Helena e Solange, com suas famílias na batalha diária, sempre com um sorriso, boas histórias e um Acarajé quentinho saindo do tacho.
Vitor Moreira
Rodolfo Mendonça