Vem andando pelas ruas de pedras, subindo a ladeira, gingando. Traz consigo um jeito maduro de quem já viveu bastante, mas no fundo de seus olhos a inocência salta. É um desafio para quem o vê descobrir o quais aventuras ele já viveu, o que foi real e o que foi imaginário. É essa a reação de quem vê os meninos que vivem nas ruas do centro histórico de Salvador. Encantados pelo dinheiro dos turistas e torturados pela fome que os obriga a pedir, eles tentam passar uma idéia de alegria e tranqüilidade ao posar para a foto, mas seus rostos, suas feições dizem o oposto.
Um pequeno ser que te encara como se soubesse mais do que você sobre o que é a vida, sobre o que realmente é ter que correr atrás da vida de qualquer forma. Ele é menor que você, mas a experiência que traz no rosto te intimida. Porém seus olhos não são só tristeza, são também inocência. E eles riem, correm, conversam, brincam. E gozam a liberdade que lhes foi imposta. E mesmo que você não perceba, eles ganham sua atenção por serem apenas crianças.