Nas esquinas ou nos pontos de ônibus, ao nascer do dia eles já estão lá. Recebem sua cota diária de informações e entretenimento e com ela passam o dia. Dia após outro encontram as mesmas pessoas, parceiros de todos os dias, visitas garantidas. Pegando seu jornal, procurando uma revista, “jogando conversa fora” sempre há um motivo para irem ao seu encontro. Os jornaleiros são figuras carimbadas em seus bairros de atuação, conhecedores da vizinhança, primeiros a atualizar-se com a pauta do dia.

Estando tão próximo, é impossível resistir a “bisbilhotar” os anúncios, verificar as manchetes. É preciso “matar” o tempo. A leitura que lhe sustenta também lhe distrai. Concentrar-se em meio ao caos da rua, desligar-se do contexto e fixar-se em um texto. Exercício árduo, mas não impossível.

Habituado aos impressos, os jornaleiros são capazes de discernir seus clientes pelo conteúdo solicitado. Do Cult ao Popular. Eles poderiam usar os títulos solicitados para estabelecer classificações. Identificar o Nerd adorador de Animes, apontar o fanático que morre por seu time, saber qual a revista preferida da madame, a eles isso é facílimo.

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Ailton Sena

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Yasmin do Vale